PORTUGAL – Quando um Agente da PSP dá arma a traficante
O agente da PSP Nelson Lopes foi tramado pelas escutas telefónicas. Em tribunal, assumiu ser consumidor de estupefacientes, mas negou ter entregue uma arma e gás lacrimogéneo a um traficante a quem dava informações sobre operações policiais.
Porém, para o coletivo de juízes do Tribunal de S. João Novo, no Porto, não restaram dúvidas sobre a atuação criminosa do arguido, conhecido pela alcunha de ‘Polícia-Ressaca’, e condenaram-no a seis anos e três meses de cadeia por peculato, corrupção passiva e tráfico de armas.
“Foi alvo de escutas, durante vários meses, que são muito esclarecedoras da sua conduta. Ficou mais do que provado que disponibilizou uma arma de calibre 6.35 mm e gás a um traficante. O que disse em tribunal é mentira”, disse o juiz-presidente. Nelson Lopes, que está em liberdade mas suspenso de funções, não compareceu ao acórdão. Neste processo respondia ainda outro agente por peculato, que foi condenado a uma pena suspensa de nove meses. Em causa estava uma situação em que testemunhou Nelson a ficar com a droga que encontrou durante uma fiscalização. “É impossível que não se tenha apercebido da conduta do senhor Lopes. É condenado por ter fechado os olhos numa situação em que deveria ter agido e contado a um superior hierárquico. Ser polícia é ter obrigações”, referiu o magistrado. O caso remonta aos anos 2013 e 2014, quando Nelson Lopes trabalhava na esquadra de Cedofeita. A denúncia foi feita por um traficante de droga.
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