“Injustiça” na TVI levou Nuno Eiró à depressão

De um dia para o outro, foi retirado dos ecrãs da SIC sem motivo aparente. Afastou-se de toda a gente, sofreu em silêncio, mas deu a volta.

No domingo foi trabalhar, normalmente, num dos programas que apresentava na SIC. Na segunda-feira estava em casa, desempregado. E assim ficou durante um ano e meio. Afastou-se dos amigos, perdeu a vontade de fazer tudo o que até então lhe dava prazer e consultou especialistas para perceber a sua condição. “Foi uma grande travessia no deserto”, recordou o apresentador na rubrica “Maluco Beleza”, apresentada por Rui Unas no seu canal de Youtube.

Questionado em relação ao seu afastamento repentino da SIC (estação onde trabalhou, há alguns anos, antes de ingressar na TVI), Eiró recordou, de forma sincera, o abalo que sentiu quando se apercebeu que, em poucas horas, não haveria mais nenhum projeto para si. Uma conversa sem tabus (em jeito de desabafo e com linguagem por vezes imprópria) que pode ouvir de seguida.

“O último trabalho que fiz foi num domingo, o Red Bull Air Race, e, na segunda, estava desempregado. Foi como se seguisses a 130 e te espetasses num muro”, descreveu, explicando ter enfrentado diferentes fases. Nos primeiros 15 dias só conseguiu lamentar a sua existência, tendo passado depois pelo período da “revolta”, sentindo-se injustiçado. E o raciocínio acabou por ser concluído por Unas. “A televisão é muito isto… ingratidão”, defendeu o próprio entrevistador.

Inseguro e sem perspetivas de futuro, Eiró passou um ano e meio “a tentar não deprimir”, naquilo que já ia sendo um verdadeiro ciclo depressivo. Chegou ao ponto de ter de tranquilizar os amigos. “Não, eu não me vou matar”, garantiu-lhes, explicando que, terminada “a travessia”, ergueu-se e partiu para a luta.

Marcou uma reunião na TVI e lá foi, com grande humildade, apresentar-se, situação que o próprio responsável do canal de Queluz estranhou. “Nós sabemos quem o Nuno é”, disse-lhe, durante a entrevista. “Pois, mas eu não posso partir desse pressuposto porque estou há ano e meio sentado no meu sofá”, respondeu o apresentador. Mas mesmo sem saber, a grande batalha estava ganha. Quinze dias depois, a estação televisiva ligou-lhe com a boa nova de que teria um trabalho para si. Hoje, Nuno é um dos conhecidos rostos do canal, não esquecendo a importância que aqueles meses de afastamento tiveram no seu caráter.

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