Ganha mais de 7 mil euros por dia, e queixa-se de baixo salário. Coitadinho, merece o RSI

O presidente da EDP sublinha que o seu “salário equivale ao de um defesa direito de um clube do meio da tabela”.

Comparado com os valores pagos no setor, “o meu salário é incomparavelmente mais baixo”, lamenta. António Mexia defende que o seu salário só a si diz respeito, “e a mais ninguém”.
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Questionado pela revista Sábado sobre “como é ser um dos gestores mais bem pagos do país”, António Mexia afirmou que o seu “salário equivale ao de um defesa direito de um clube do meio da tabela”, e que não se considera “um jogador desses”.

“Olhe-se bem para o benchmark e para o lucro da companhia, porque, comparando, estou no extremo, mas no mais barato. E se olhar para o sector, na Europa e nos Estados Unidos, o meu salário é incomparavelmente mais baixo do que o de outras empresas da mesma dimensão”, acrescentou.

O presidente da EDP referiu ainda que o seu salário só a si diz respeito “e a mais ninguém”, sublinhando “que é transparente, porque em Portugal as únicas pessoas que são obrigadas a revelar a remuneração são os gestores das cotadas e os titulares de cargos públicos”.

Em 2015, António Mexia ganhou 2,17 milhões de euros (média de 5.945 euros por dia), o que representa um aumento de 89% em relação a 2014.

Já em 2016, e mediante a aprovação de uma nova política de remunerações na EDP, “o montante máximo potencial a atribuir ao presidente do Conselho de Administração Executivo” passou de 1,9 para perto de 2,6 milhões de euros por ano, o equivalente a mais de sete mil euros por dia.

No mesmo dia em que viu o seu salário aumentado, António Mexia veio opor-se a que o alargamento da tarifa social, destinado às famílias mais carenciadas, seja pago pelos lucros da EDP.

Recorde-se que a empresa do sector energético deu ao grupo China Three Gorges 576 milhões de euros em dividendos em quatro anos, uma média de 144 milhões por ano e de 395 mil euros por dia.

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