Espanha está sem governo há quase um ano… e ainda bem para a economia
O caos na política espanhola não é novidade para ninguém. Quando no final de 2015 as legislativas ditaram uma maioria relativa para o governo de Mariano Rajoy, o primeiro-ministro tentou encontrar soluções que garantissem a estabilidade do mandato.
No entanto, apesar dos esforços e mesmo com duas tentativas de formação de um executivo, o parlamento espanhol rejeitou sempre a maioria legislativa do PP e colocou Espanha numa situação de autogestão.
Tal como aconteceu em Portugal na transição entre os dois últimos governos, Espanha passou a ter uma gestão financeira automática com acordos ocasionais que permitam a continuação do ‘status quo’ e, como explica a CNN, a indecisão política não poderia trazer melhores notícias para a economia.
As reformas laborais de Rajoy mantiveram-se e encorajaram a criação de emprego, os salários continuam a ser baixos mas estabilizaram e os espanhóis estão mais confiantes e começaram a gastar o dinheiro que faltava à economia. Juntando estes fatores a um aumento de 11% no turismo até julho e aos gastos públicos livres das amarras da austeridade governamental, a economia espanhola respira saúde e passou a ser um exemplo de recuperação entre os países problemáticos da zona euro.
Ao longo dos últimos 15 meses, o PIB espanhol cresceu a um ritmo médio de 3% face ao mesmo período do ano anterior, algo que já não se via desde o início da crise de 2008 e uma realidade que parece ser apenas miragem em Itália, Portugal e Grécia.
O exemplo de Espanha parece mostrar que nem sempre a gestão política é melhor do que a autogestão e é uma prova viva de que a austeridade e a política económica expansionista devem ser combinadas para criar condições de crescimento mais favoráveis.
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