Foram encontradas imagens extremamente violentas de crimes cometidos pelo Estado Islâmico no computador do autor do atentado! Bouhlel tirou selfie antes do ataque e surge a rir no meio da multidão.
O terrorista que causou 84 mortes na quinta-feira passada em Nice, no sul da França, tinha baixado em seu computador há poucas semanas imagens extremamente violentas de crimes cometidos pelo Estado Islâmico (EI) como decapitações, assim como fotos de líderes jihadistas como Osama bin Laden e Mokhtar Belmokhtar.
O promotor da República, François Molins, explicou em um comparecimento perante a imprensa que até o momento não foi encontrada qualquer prova de que o tunisiano Mohamed Lahouaiej-Bouhlel tivesse jurado lealdade ao EI nem que tivesse contato com membros dessa organização.
Segundo Molins, o autor da ação tinha mostrado um “interesse certo, mas recente” pelo movimento jihadista, e destacou que “a radicalização pode produzir-se mais rapidamente quando é dirigida a mentes perturbadas”.
Doutrinado pelo Estado Islâmico
Duas semanas antes do ataque, o terrorista havia sido doutrinado por um homem argelino do EI. Foi isso que o tio de Mohamed Lahouaiyej Bouhlel revelou em uma entrevista à Associated Press. No sábado, o grupo extremista reivindicou o ataque, mas autoridades francesas afirmam ainda não ter provas do vínculo do tunisiano que matou 84 pessoas ao EI.
Nesta segunda-feira, funcionários ligados à investigação do caso não confirmaram a declaração do tio do terrorista, Sadok Bouhlel. Mas a Procuradoria afirmaram que Lahouaiyej Bouhlel tinha interesse claro e recente pelo islamismo radical. Segundo um procurador de Paris, ele havia feito uma pesquisa na internet sobre a propaganda do Estado Islâmico, o recente ataque de Orlando e sobre violência.
O tio do terrorista afirmou ainda que os problemas familiares que o sobrinho enfrentava — após ter se separado da mulher com quem teve três filhos — fizeram dele uma presa fácil para o homem argelino. Ele também reiterou que Lahouaiyej Bouhlel não seguia os hábitos muçulmanos.
“Mohamed não rezava, não ia à mesquita e comia carne de porco — disse Sadok Bouhlel, um professor aposentado de 69 anos, que afirma ter sabido da existência do radical argelino por familiares que vivem em Nice.” Ele causou dor a mais de 80 família e manchou a reputação do nosso povo e do nosso país.
Após a reivindicação jihadista do atentado, o ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, disse que por enquanto não há indícios de contato direto entre o terrorista e uma rede extremista. A rápida radicalização do tunisiano surpreendeu os investigadores.
Antes do ataque, ele enviou uma mensagem de texto comemorando a compra de uma pistola — utilizada no ataque para disparar contra um policial — e pedia mais armas. Não se sabe ainda quem era o destinatário e a polícia francesa investiga o caso.