Jovem De 19 Anos Criou “Advogado Virtual” Para Recorrer De Multas De Trânsito E Já Ganhou 160.000 Recursos

O debate a respeito da existência de uma “caça à multa” não é exclusivo em Portugal. Um jovem estudante da Universidade de Stanford, na Califórnia, desenvolveu um software para ajudar as pessoas a entrar com recurso para multas que considerarem abusivas ou injustas. E tem dado certo!

O DoNotPay (em português, algo como “NãoPague”) foi desenvolvido por Joshua Browder, de 19 anos, porque ele apanhou “multas de estacionamento demais para contar” — palavras do próprio. “Acredito que as pessoas que levam multas por estacionamento são muito vulneráveis. Elas não querem cometer delitos. Para mim, elas são exploradas como uma fonte de arrecadação pelas autoridades”.
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Não é incomum ver leis de trânsito que dão margem a diferentes interpretações e acabam “adaptadas” de acordo com a situação, justificando — ou anulando — uma autuação. E isto também não acontece só aqui: é justamente navegando pelo sistema de leis que o DoNotPayfunciona.

Trata-se de um programa simples, que opera como um chatbot. É como aqueles sites que te permitem ter uma conversa com um software de inteligência artificial
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Você dá ao DoNotPay informações sobre as condições em que recebeu uma multa por estacionamento irregular. O chatbot faz-lhe perguntas como “o local estava bem sinalizado?”, “a vaga era muito pequena?” ou “era uma emergência?” De acordo com as respostas, o software navega pelo sistema de leis de sua localidade e faz o cruzamento com dados de GPS sobre o local da ocorrência. Com base em tudo isto, o DoNotPay gera um recurso que pode ser enviado automaticamente para o departamento de trânsito local — a partir daí, a responsabilidade passa a ser deles.

O DoNotPay foi disponibilizado em Londres, Reino Unido, no fim de 2015 e em Nova York, EUA, em março deste ano. Desde que começou a operar, o programa já enviou 250.000 recursos — dos quais ganhou nada menos que 160.000 deles. No total, o valor das multas por estacionamento que foram anuladas chegou a US$ 4 milhões.
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Joshua já expandiu a atuação do DoNotPay para outras finalidades: utilizando o mesmo modelo de operação, o software é capaz de ajudar clientes que sofreram com voos atrasados; refugiados a pedir asilo ao navegar pelo complexos sistema de leis de imigração; e até mesmo portadores do HIV a conhecer seus direitos e conseguir tratamento gratuito.

E isto é só o começo: o plano é transformar o DoNotPay numa plataforma de código aberto, a fim de permitir que programadores criem chatbots para auxiliar pessoas com todo tipo de informação. A próxima cidade a receber o programa será Seattle, nos EUA.

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